sábado, 20 de novembro de 2010

Entrevista (01)


AO JORNAL PONTO FINAL, de Macau (China)

“Ortografia não é língua portuguesa”

Claudio Cezar Henriques, filólogo e escritor brasileiro, está em Macau para uma palestra sobre a reforma ortográfica, hoje na UMAC. Em entrevista, releva a “importância política” do acordo e vinca o interesse comum em que haja uma única ortografia. Que não significa uma única forma de usar a língua.

Hélder Beja [helderbeja.pontofinal@gmail.com]

O PONTO FINAL sentou o idioma à mesa para, entre português de Portugal e português do Brasil, entender outras nuances do novo acordo ortográfico. A companhia foi a de Claudio Cezar Henriques, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, especialista da língua, autor de vários livros – entre eles “A Nova Ortografia”. Hoje, pelas 17h30 na sala HG03, o membro da Academia Brasileira de Filologia que mantém o blogue blogclaudiocezarhenriques.blogspot.com estará na Universidade de Macau para a palestra “Unificação da Ortografia da Língua Portuguesa: uma questão de Política Linguística e de Identidade”, na companhia da professora Ana Lucia de Souza Henriques. E para defender que “a ortografia é uma decisão política, administrativa, e não interfere na língua”.

- Como é que o Brasil encarou este processo de mudança da ortografia?
Claudio Cezar Henriques – No primeiro dia de entrada em vigor da lei [1 de Janeiro] os jornais brasileiros já estavam com a nova ortografia em funcionamento. Como a mudança é pouca em termos percentuais, é muito simples para nós. Houve uma pequena rejeição, até participei em alguns debates com jornalistas, com escritores… Há um sentimento meio romântico, um apego a uma grafia com trema, com acento circunflexo em certas palavras – coisas que tínhamos no Brasil e não eram praticadas em Portugal. Mas isso não é uma questão técnica, é uma questão sentimental. A coisa aconteceu normalmente, o povo aceitou, não houve rejeição do povo. Houve alguns intelectuais reclamando que achavam que isso era uma interferência, que a reforma não tinha sido debatida suficientemente… Não foi debatida suficientemente porque as pessoas não quiseram debater. De repente descobrem que a lei vai entrar em funcionamento e aí se lembram que gostariam de ter debatido. Hoje em dia, nas escolas, media, televisão, tudo usa a nova norma.

- Os ecos de alguma resistência em Portugal ao acordo chegaram ao Brasil?
C.C.H. – Apareceram notícias de que houve em Portugal mais resistência, mas que essa resistência também tende a ser superada. O prazo para a implantação definitiva em Portugal é maior, houve um manifesto, um abaixo-assinado para a assembleia, mas que também não foi acolhido. Não há como haver o retorno para a divergência ortográfica, até porque é do interesse dos dois governos. O ministro da Cultura de Portugal e o ministro da Cultura do Brasil já pleitearam à ONU que o português seja uma língua oficial, já que agora tem uma ortografia só. Porque antes não era possível, a própria Comunidade dos Países de Língua Portuguesa fazia dois textos – um no português brasileiro, outro no português europeu. A minha pergunta é sempre esta: se uma duplicidade ortográfica fosse uma coisa boa, o inglês teria quantas ortografias? E o espanhol? São 22 países que usam o espanhol como língua oficial e só têm uma ortografia. Porque é que o português tinha duas ortografias? A gente que estuda a língua portuguesa sabe que a história da ortografia da língua portuguesa é sempre uma história de conflitos, de alguém que concorda com outro e depois, como dizemos no Brasil, rói a corda, rompe. A história dos acordos ortográficos da língua portuguesa é muito pitoresca, porque são todos acordos que viram desacordos – e o receio era que este também ficasse assim. Mas, pelo visto, já que agora temos oito países na comunidade, é do interesse de todos que tenhamos essa única ortografia.

- Falava do interesse para os governos. Passa por essa facilidade do português em entrar como língua de instituições internacionais?
C.C.H. – Este é o principal motivo para que a gente acredite nesta unificação.

- E aí já entramos no campo da política linguística, de que falará na palestra.
C.C.H. – Na palestra sempre focalizo em primeiro lugar a relevância política do acordo ortográfico. Como especialista em língua portuguesa, tenho uma série de críticas à parte técnica do acordo ortográfico, mas coloco isso sempre em segundo plano. Em primeiro plano está a importância de haver uma ortografia unificada. Prefiro uma má ortografia unificada a duas ortografias que também eram más. Aliás, não existe uma ortografia perfeita. Este acordo tem alguns problemas, que também vou mostrar amanhã.

- Mas nada disso, a seu ver, se sobrepõe à vantagem de haver uma ortografia comum.
C.C.H. – Exacto. Essa parte é sempre muito difícil. No Brasil, por exemplo, não pronunciamos o ‘l’ no final das sílabas como em Portugal se pronuncia. Em Portugal fala-se ‘Portugal’, ‘Brasil’, e no Brasil fala-se ‘Brasiu’, ‘Portugau’. E aí, que fazer? Vamos escrever com ‘u’ no Brasil e com ‘l’ em Portugal? Não vai dar certo. Temos que continuar escrevendo com ‘l’, porque há zonas do Brasil onde se diz o ‘l’, como no Rio Grande do Sul. Quando se escolhe uma grafia, toma-se em consideração a pronúncia prestigiada. Nesse ponto o acordo ortográfico foi muito feliz, porque todas as vezes em que existe divergência de pronúncia sobretudo entre Portugal e Brasil, sempre que uma pronúncia é prestigiada num dos países e não é no outro, essa grafia é válida. Por exemplo, não faz sentido dizermos no Brasil ‘aspecto’ e em Portugal se dizer ‘aspeto’, e alguém dizer que vai ser ‘aspecto’. Se a pronúncia é prestigiada, as duas grafias são correctas. Então a gente vai conviver com uma flutuação ortográfica em casos como esse, o que acho que foi uma decisão correcta. ‘Facto’ será também uma palavra de dupla grafia: é correcto ‘facto’ e ‘fato’. Mas, por exemplo, não faz sentido alguém escrever a palavra ‘direcção’ com ‘c’ e ‘ç’. Em Portugal ninguém fala ‘direcção’. E essa foi uma resistência que aconteceu em Portugal, que é aquela mesma resistência romântica que eu estava dizendo sobre o Brasil. Nesse ponto o acordo foi perfeito: se essa consoante não é pronunciada em nenhuma das comunidades que usa a língua portuguesa, essa consoante desaparece. E foi nesse ponto que o percentual de mudanças para os portugueses superou o percentual de mudanças para o Brasil. No Brasil houve mudança no trema, na perda do acento agudo em alguns ditongos, a perda do acento circunflexo em alguns hiatos e o hífen.

- A percentagem de mudanças na norma de Portugal é maior. É correcto dizer-se que este acordo aproxima mais a ortografia da norma que se pratica no Brasil?
C.C.H. – Essa crítica também não procede, porque a norma que se pratica no Brasil está preservada, mas a norma que se pratica em Portugal também. Aliás, está mais preservada que no Brasil. O caso das consoantes mudas acaba por virar até uma piada. Se a consoante é muda, para que é que está escrita? Porque é que se escreve uma consoante que é muda? Ela podia ser muda, surda e cega, completamente apagada da grafia. Mas veja só: a norma brasileira está abrindo mão da pronúncia de ditongos abertos. ‘Idéia’ não é igual a ‘aldeia’. Nós nitidamente pronunciamos ‘éi’ e ‘ei’. Para os portugueses, esse acento é desnecessário, mas para os brasileiros um acento agudo indica ‘é’ e a ausência de acento agudo indica ‘ê’. Nós vamos ter que nos arranjar com isso. Tínhamos de aproximar as duas ortografias e temos duas realidades fonéticas muito diferentes. Se formos levar em consideração a realidade fonética, não vamos fazer acordo ortográfico nunca, vamos voltar ao tempo do português arcaico, onde cada um escrevia do jeito que queria. É preciso ceder: o Brasil cede um pouco, Portugal cede um pouco e ganhamos todos com o português conquistando mais espaço no mundo. Essa é a grande meta – que a língua portuguesa se fixe como uma língua oficial, aceite nos organismos internacionais e que a gente possa ter portugueses ou pessoas de outros países de língua portuguesa indo para o Brasil, ou brasileiros indo para Portugal, e todos convivendo com isso.

- Outro lugar comum desta discussão sobre o acordo é dizer-se que a simplificação empobrece a ortografia e, logo, o idioma.
C.C.H. – Não penso assim. E isso foi uma coisa em que houve muita confusão, sobretudo dos não especialistas em língua – jornalistas, escritores. Um membro da Academia Brasileira de Letras deu um pronunciamento num jornal dizendo que era contra o acordo e que não ia seguir, que a editora fizesse o que quisesse com os textos dele. É um depoimento completamente louco, diria até meio irresponsável. Mas justamente por quê? Estava confundindo língua com ortografia. Ortografia não é língua portuguesa. Ortografia não faz parte da gramática. Ensina-se ortografia na aula de português por mera proximidade: cabe ao professor de português ensinar a escrever, mas aquilo que ele ensina pode ser determinado por alguém. No dia que alguém der ordem para que se volte a escrever “ph” em vez de “f”, temos de fazer o quê? Temos de obedecer. A ortografia é uma decisão política, administrativa, e não interfere na língua. A língua não mudou, eu continuo dizendo as mesmas palavras. Imaginemos que nós não escrevêssemos, que só falássemos. A língua mudou porque houve uma reforma ortográfica? Então, essa questão de empobrecer a língua é justamente de confundir ortografia com língua. Vou continuar precisando saber o significado que determinada expressão tem em Portugal e que não é usada no Brasil. Se pegar um livro do Pepetela, vou precisar reconhecer o vocabulário da região dele. O Mia Couto escreve e eu não sei o nome de algumas coisas de Moçambique. A língua não mudou, continuamos com essa multifacetada expressão do português, que é uma língua riquíssima. A reforma, apesar de ter simplificado, não tem a ver com o empobrecimento da língua. O empobrecimento da língua se dá quando essa língua não é valorizada pela própria sociedade que a pratica. Todos nós temos uma grande responsabilidade: Portugal porque é a pátria onde tudo começou, e o Brasil pelo contingente populacional que tem.

- Também em Macau?
C.C.H. – Se Portugal e o Brasil não investirem em Macau no ensino de língua portuguesa, certamente a língua portuguesa vai-se deteriorar aqui. É lógico que há muitos factores que interferem nisso, não é apenas a acção política de um Governo que vai impedir isso, mas pode retardar e, quem sabe, mudar o quadro.

- Macau está numa posição curiosa. O português é língua oficial mas Macau não participou neste processo da reforma ortográfica. Parece haver uma certa vontade de não adoptar a nova norma. Por outro lado, há quem perceba que, como centro de ensino do português, não deve retardar essa introdução da nova norma. É um caso especial, este?
C.C.H. – Tem razão, a questão aqui é que as pessoas que querem estudar o português têm uma finalidade para isso. Hoje [ontem] perguntei para duas meninas: por que é que vocês foram estudar português? Então elas disseram que queriam estudar uma língua estrangeira. Esse sentimento de estudar uma língua estrangeira… Mas o português para todos os efeitos não é tanto assim uma língua estrangeira para o povo de Macau, até 1999 era administrado por Portugal. Acontece que por outro ponto de vista é uma língua estrangeira porque as pessoas daqui não a falam. Está tudo escrito em português, no aeroporto, nas ruas, nas placas, nos hotéis, mas se falarmos com algum recepcionista em português ele não vai entender. Então a segunda língua dele certamente é o inglês. Isto é uma questão que a comunidade de Macau precisa de avaliar. A importância da língua portuguesa para o povo de Macau é algo que compete à cidade decidir o que é que significa. Para nós é muito cómodo dizer que é importante estudar português, o Brasil é um grande país, Portugal tem uma História maravilhosa, mas e para eles? Talvez se a presença brasileira ou portuguesa aqui fosse maior, mas eu não sei… não conheço.

- Ainda assim, como acha que se pode resolver a questão?
C.C.H. – Em Macau, como qualquer local do mundo onde se use a língua portuguesa, como Malaca, Goa, ou mesmo nos países onde há comunidades portuguesas, como o Canadá e os Estados Unidos, o que é que vai acontecer com o português? Vai ficar com uma ortografia só e todos terão de escrever nessa ortografia. O que acontece com o espanhol. Então, onde houver algum grupo usando a língua portuguesa terão de se submeter. Acho que, politicamente, o que seria conveniente seria que alguém de Macau, uma autoridade, alguém ligado ao ensino do português aqui, fosse convidado não necessariamente para debater – porque na verdade não há nada para debater, a coisa já está feita – mas a título de prestígio, porque é prestigiar as comunidades. Embora ainda seja língua oficial percebe-se que está a acontecer esta perda, este afastamento. O que a gente lê nos livros e nas notícias é que aqui o português está sendo suplantado pelo inglês. Enfim, eu acho que essa questão acaba sendo resolvida dessa forma. Há um acordo, é oficial, vai passar o tempo e aí as coisas vão-se acomodar. E para todos os efeitos, na comunidade internacional, o português hoje tem uma ortografia só. Nem que seja só pelo aspecto psicológico. Na prática isso não está acontecendo completamente mas a gente sabe que é para lá que nos estamos encaminhando.



Fonte: Jornal PONTO FINAL, 21 de setembro de 2010 (Macau - China)

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Foto (01)


com André Valente e José Carlos Azeredo, na ANPOLL, em BH, julho de 2010

Crônica (07)

TRÊS CRONISTAS CONVIDADOS: turma da UNESA, julho de 2010

O trabalho sobre crônicas linguísticas continua. Compartilho agora três textos produzidos por meus alunos do terceiro período de Língua Portuguesa da Universidade Estácio de Sá (turma de 2010-1 do campus Niterói). O tema era MORFOLOGIA do português, assunto de nosso curso.

Os 35 alunos fizeram a escolha das três crônicas abaixo, que vocês lerão na versão final, com os ajustes dados por mim conforme as orientações do curso.

Não deixem de mandar seus comentários!

E O GRITO SE FEZ CANTO (por Alana Carvalho Perez)

São duas da tarde e preciso escrever uma crônica sobre morfologia. Verdadeiramente não sei onde está o substantivo, o adjetivo, o advérbio, o verbo. Quero gritar! Não! Se gritasse, seria tida como louca pelos meus vizinhos. Afinal, ninguém em condições normais anda gritando por aí.

Talvez eu possa cantar. Sim, o verbo expressa uma ação. Mas o meu cantar, que nesse caso é um substantivo, também não agradaria ninguém. E assim é a vida. Se eu canto, posso não agradar, porque o meu canto não é dos melhores. De canto em canto percebo como as palavras são maleáveis e brincam conosco. Ou somos nós que brincamos com elas?

As palavras estão a nossa disposição para serem usadas, abusadas, reutilizadas. Tanto faz de que “caixinha” elas façam parte. Somos nós, os falantes, que vamos moldando e encaixando-as de acordo com nosso interesse. Não sei se estou ficando louca, ou se sou uma louca já há algum tempo. Pensando assim, vejo que adjetivo vira substantivo. O contrário também pode acontecer.

Volto aos tempos do colégio. A grande dúvida dos alunos era o uso do “por que”. Junto ou separado? Com acento ou sem acento? Vai saber?, dizíamos nós. E sofria o pobre professor que tentava em vão explicar que essa palavrinha tão usada, e comumente classificada como advérbio, também pode ser substantivo e até mais do que isso. “Não se esqueçam de que, nessa posição, ele deverá estar junto e com acento circunflexo” dizia o mestre, ou seja, é preciso explicar o porquê do por quê.

Lembro-me por um momento do grito e do canto. Não sei se grito ou se canto. Acalmo-me. Olho pela janela e vejo a Enseada de Botafogo, o mar, o céu. Tudo está calmo; a natureza não compartilha a minha aflição. Silêncio e tranquilidade. Vou então silenciar meu grito e cantarolar baixinho só para relaxar...

No final, tudo se resolve. Pelo menos é o que dizem. E como sou crente... creio.

CERTO OU ERRADO, EIS A QUESTÃO (por Juliana Gomes Miranda)

Estou aqui sentada em frente ao meu computador num dia chuvoso e frio tentando fazer a crônica que o professor de Língua Portuguesa III designou à turma. Não é nada fácil, mas começo a pensar... Penso em escrever sobre a ditongação dos verbos irregulares quando os conjugamos; mas tento milhões de vezes e não consigo escrever nada que seja tão sofisticado e completamente correto. E aí começa o meu problema, ou melhor, o nosso problema!

Escrevendo, acabo por me lembrar de como é comum ouvirmos pelas ruas expressões como “Nós vai amanhã lá”, “Vai dar pra mim ir sim”, “As criança lá da rua são terrível” ou então “Os pessoal tá esperando a gente pro almoço”. A nossa base de conhecimentos nos diz que a utilização de “vai” juntamente com o “nós” está morfossintaticamente incorreta, pois o certo seria “Nós vamos” já que sabemos que a desinência número-pessoal do verbo "ir" no presente do indicativo é –MOS. Também sabemos que o “mim” usado antes do verbo não pode ocupar a função de sujeito. Quanto aos artigos definidos, a regra manda que sejam flexionados de forma a determinar os substantivos com os quais se relacionam.

Esses erros são figurinhas repetidas que ferem a língua padrão e até mesmo nossos ouvidos. São desvios que decorrem da falta de estudo ou da falta de interesse em aprender? Erros de pessoas que não se importaram em estudar? Será mesmo?

Se alguém disser “Ele pediu pra mim digitar isso até amanhã!”, ainda assim não entendemos o que a pessoa quis dizer? Se alguém falar “Me dá dois pastel”, por mais que esteja fora do padrão, não entendemos, não sabemos o que significa? Então, por que esses desvios precisam ser tão repudiados? Por que precisam ser vistos apenas como vocabulário da escória? Ambas as formas, a condizente com a norma padrão, e a que não é, são verdades, são passíveis de entendimento. A diferença está nos fatores sociais, em como e onde são faladas! Enquanto nos meios mais cultos e elitizados a variante prestigiada é a que se encaixa na forma padrão do português, em lugares menos favorecidos, onde se encontram pessoas mais simples e menos escolarizadas, a variante de prestígio é exatamente aquela que renegamos e vemos como estigmatizada.

Isso não quer dizer que todos possamos e devamos falar sem nos importarmos com o que a linguagem padrão do português nos diz. Isso quer dizer que precisamos parar de valorizar as classificações “certo” e “errado”, porque toda língua possui suas variações e cada uma delas é prestigiada em determinados lugar e situação.

E então aqui estou eu, sentada à frente do computador num dia frio e chuvoso, olhando para a tela do Word com novos olhos, olhos de alguém que atinou para a realidade de sua visão estrita e discriminatória das formas de expressão de nossa língua.

NEOLOGISMOS (por Vera Lucia Costa de Paula Antunes)

No Dicionário Aurélio de Língua Portuguesa, consta que um neologismo acontece quando uma palavra usada numa acepção nova torna-se uma nova palavra a partir da primeira já existente. Esse tipo de mudança nos permite falar também em diacronia, fenômeno linguístico que se refere ao que acontece ao longo do tempo.

Observando os noticiários, nos deparamos com bons exemplos para isso. O nome “pizza”, que ainda não sofreu um processo de aportuguesamento gráfico, já foi totalmente abrasileirado e transformado em sua acepção. Hoje, “tudo acaba em pizza” não quer dizer necessariamente que iremos comer essa apetitosa iguaria de origem italiana. O povo diz essa frase quando quer se referir à idéia de que “tudo” acaba em “nada”, significando o “tudo” um monte de não cumprimentos da lei, e o “nada” uma festa, nenhuma punição.

Outro nome curioso é “valerioduto”, que é fruto da reunião do nome próprio Valério, personagem processado por desvio de dinheiro público, e do morfema “duto” que significa “cano que conduz resíduos, água, gás”, tais como aqueduto, gasoduto, por exemplo. A palavra “valerioduto”, que não existia na língua portuguesa, tem o significado de “caminho onde deságua ou circula dinheiro roubado”. Trata-se de uma “lavagem” de dinheiro, também em sentido figurado, pois jamais podemos tomar isto ao pé da letra.

Dessa maneira – hoje vou me deter só nesses dois exemplos – podemos observar alguns dos caminhos que a língua percorre para satisfazer a expressão de emoções e acontecimentos, de forma viva, criativa e flexível, ao bel-prazer dos falantes, num dado momento sincrônico. Ela se torce e contorce na sua morfologia, ganha aqui, perde ali, mas nunca deixa o falante sem solução.

Fonte: UNESA, campus Niterói, 2010.

Crônica (06)

TRÊS CRONISTAS CONVIDADOS: turma da UERJ, julho de 2010

De novo compartilho com vocês um trabalho sobre crônicas linguísticas. Desta feita, meus alunos do terceiro período de Língua Portuguesa da UERJ (turma de 2010-1) deveriam escrever sobre um tema qualquer de SINTAXE do português, assunto de nosso curso.

A turma de 39 alunos selecionou as três crônicas abaixo. Elas estão na versão final, com pequenos ajustes, de acordo com as orientações que dei para o fechamento do texto.

Espero que vocês apreciem... e comentem!

TRAFEGANDO ENTRE VERBOS: UMA QUESTÃO DE TRANSITIVIDADE (por Felipe Moraes Pereira)

Quando achamos que já vimos de tudo e que nada, mas absolutamente nada mesmo, pode ser novo quanto à aquisição de conhecimentos sobre um assunto já estudado no âmbito acadêmico, vem um professor e nos mostra que estamos errados. Isso recentemente aconteceu comigo e minha turma de graduação quando fomos solicitados a refletir sobre a transitividade verbal. Pensei: para que estudar isso se já sabemos tudo?

Foi então que nos deparamos com o tão assustador “complemento relativo”, estudado nas gramáticas dos professores José Carlos de Azeredo e Rocha Lima, entre outras que também focalizam o assunto. Mais tarde, porém, vimos que ele nem era tão assustador assim. Na verdade, é a maneira mais aceitável de se entender que o termo “objeto indireto” (OI) não poderia ser atribuído a todos os complementos verbais antecedidos por uma preposição.

Na oração “Maria gosta de Ricardo”, não podemos dizer, por exemplo, que “de Ricardo” é OI, pois entende-se por objeto indireto o beneficiário da ação denotada pelo verbo, do mesmo modo que, para ser classificado assim, deveria permitir a sua substituição pelo pronome oblíquo átono “lhe”. No entanto, não podemos produzir essa oração da seguinte maneira: “Maria gosta-lhe”. Logo, acho mais plausível deixar o conceito da NGB de lado e seguir o que dizem os autores que citei acima.

Ainda nessa linha de pensamento, podemos observar mais um caso em que a NGB não dá conta da classificação mais adequada ao termo. Para entendermos melhor, vejamos uma outra oração: “Joaquim foi à praia”. A NGB classifica o termo preposicionado como adjunto adverbial, mas por quê? Segundo ela própria, o adjunto adverbial é um termo acessório na oração. Só que, no caso em questão, podemos observar que há uma relação de coocorrência sintática entre o verbo e o complemento. Por isso, para Rocha Lima (entre outros), esse termo é um termo obrigatório para a oração fazer sentido; é o complemento circunstancial, que seria o determinante do verbo ou a expressão que indica uma circunstância qualquer.

A partir dessa análise, fica a dúvida: seguir a NGB ou aceitar essa outra orientação? Bem, eu já fiz a minha escolha. Sigo esse outro caminho, por entendê-lo como uma questão de conceito e aplicabilidade.

QUEM CONTA UM CONTO AUMENTA UM PONTO (por Jhone Carlos da Cruz)

É muito comum encontrar, entre os nativos de língua portuguesa, aqueles que têm dificuldade na construção de períodos e, no amontoado de regras e prescrições sintático-gramaticais, destaca-se a correta colocação de sinais de pontuação.
Certa feita, convidada para ir à recepção de um amigo que voltava do hospital, minha antiga professora da escola municipal em que estudei em São Gonçalo surpreendeu-se com um cartaz que dizia: “Sem seja bem-vindo”. O estranhamento identificado pela professora é totalmente plausível, visto que o uso da preposição 'sem', que é utilizada contrariamente a 'com', estava totalmente impróprio para um cartaz de boas vindas da recepção de alguém que estivera internado num hospital e de fato precisava do carinho e atenção dos amigos e família.

Ao analisar, com cautela, a construção “sem (que) seja bem-vindo”, a docente entendeu que a intenção do autor do cartaz jamais fora destratar o amigo doente, apelidado de Sem pelos amigos, fato que ela desconhecia. Na verdade, a construção incoerente se deu pelo esquecimento da vírgula após a forma carinhosa de chamamento do amigo (“Sem”), que transformaria a tal conjunção em um vocativo e, com isso, permitiria o perfeito entendimento do período: “Sem, seja bem-vindo”.

Esse tipo de má construção de frases causada pela colocação incorreta dos sinais de pontuação é corrente nos textos em geral. Também é frequente encontrar tais desvios nos anúncios comerciais, placas indicativas de estradas e até mesmo em textos acadêmicos e jornalísticos.

Exemplo disto é o seguinte dizer de uma placa fixada em uma estrada: “VENHA CONHECER BONITO O LUGAR MAIS LINDO DO MATO GROSSO DO SUL”. Ao iniciar a análise da oração, qualquer leitor se perguntaria qual é o lugar mais lindo do MS e o porquê da exigência de estar 'bonito' para conhecê-lo. Trata-se, na verdade, de mais um caso de não colocação do sinal de pausa (pontuação), aqui após o objeto direto 'BONITO'. Isso revelaria que ‘O LUGAR MAIS LINDO DO MUNDO’, nesse caso, é um aposto caracterizador do objeto direto e ‘BONITO’ não é um adjetivo funcionando como predicativo do sujeito. Afinal, como diz o cartaz, Bonito é o lugar mais lindo do Mato Grosso do Sul.

Evitar casos de desobediência sintática faz parte de um universo a ser estudado e dominado pelo nativo de língua portuguesa. Os vestibulares e concursos estão abarrotados de questões e pegadinhas desse tipo, e para não ficar para trás o candidato deve estar atento às normas e detalhes de cada construção de frase para que não seja prejudicado na hora da elaboração da redação e da resolução de questões nesses exames.

ODISSEIA PRONOMINAL (por Pedro Passidomo)

Engraçado como se vê, cada dia mais, o descaso das pessoas quanto ao uso dos pronomes oblíquos. Pensando nisso, sentei em uma lanchonete grande aqui no Rio de Janeiro, fazendo questão de me colocar bem perto do balcão, pois queria observar claramente o que a atendente falava.

Entre pratos sujos de molho, refrigerante derramado pelo chão, procurava prestar atenção ao que ela dizia. De repente, a moça me surpreendeu, proferindo uma bela frase: - Senhor, pode aguardar na mesa que nossos atendentes já vão entregá-lo a sua refeição.

Como assim!? Alguém treinado para utilizar a língua, que deve estar pronto para dominá-la perfeitamente, como pode cometer um suicídio linguístico desses? A vontade foi de cortar-me os pulsos (com muita ênfase no processo verbal e no adjunto adnominal). A indignação foi tanta que imaginei a cena. A pobre menina levando seu cliente amarrado e encapuzado, por entre chapas ferventes e óleos escaldantes, até chegarem ao fundo escuro da dispensa. Ela repousa o rapaz em frente a uma porta e lhe diz ao pé do ouvido com um sotaque russo e uma voz rouca, como um ruído metálico: - Conheça agora nosso mestre.

Uma porta se abre e a imagem um tanto ou quanto pitoresca se revela. É ele, o grande rei dos reis, o senhor dos sanduíches, o Peitudão. Um robusto sanduíche, com dois hambúrgueres, duas salsichas, queijo cheddar, bacon, salada, sem faltar o pão gigante com gergelim.

Graças a Deus, fui salvo no clímax dessa história. Voltando porém para a fala da atendente, procurei entender o que a moça dissera. Tudo bem, posso até aceitar que ela não foi contratada para entender que não se usa o pronome oblíquo “o” para objetos indiretos. Compreensível que, entre os oblíquos e os retos, alguns os conheçam somente de "ouvir falar". Mesmo com esses “poréns”, a pérola da moça não fez bem ao meu espírito morfossintático aguçado.

Passada a tragédia auditiva que acabara de presenciar, preferi engolir rápido o pouco de batata que ainda restava e sair dali o mais rápido possivel. Daquela situação ficou bastante clara uma coisa para mim: se os objetos não estão em seu lugar, é melhor não tentar arrumá-los.

Fonte: Instituto de Letras, UERJ, 2010.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Poesia (04)

PONTO FINAL , de Affonso Romano de Sant'Anna

Eu, ponto de observação
eu, ponto de interrogação
eu, ponto.
Discurso sem conclusão.


Fonte: Poesia Reunida 1965-1999.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Crônica (05)

TRÊS CRONISTAS CONVIDADOS: turma da UERJ, janeiro de 2010

Compartilho com vocês um trabalho que propus aos meus alunos do quarto período de Língua Portuguesa da UERJ (turma de 2009-2). Eles deveriam redigir uma crônica linguística sobre um tema qualquer de MORFOLOGIA do português, assunto de nosso curso. O limite era uma página.

As três crônicas publicadas abaixo foram selecionadas pela turma de 29 alunos para reprodução neste blogue. Estão na versão final, ajustada após pequenos retoques, seguindo as orientações que dei para a redação do texto definitivo.

Leiam... aproveitem... comentem!

O XARARÁ DO XERERÉU (por Ariane Oliveira de Sousa)

A caminhada acadêmica é sempre uma caixinha de surpresas. Durante os primeiros anos da graduação, há momentos vividos em sala de aula que são especialmente marcantes. Eu os divido em duas principais categorias: aqueles em que seu “vasto” conhecimento de ensino médio é totalmente desconstruído e você fica com uma sensação de Maysa (“meu mundo caiu”), e aqueles em que você se surpreende e fala “nossa, como não pensei nisso antes?!”. Nessa minha não tão longa jornada de quatro períodos da graduação, já passei por muitos desses episódios, mas há um que merece destaque.

No segundo período, certa professora de linguística, que já não precisa de muito esforço para marcar qualquer aluno, apresentou a seguinte frase para que fizéssemos a análise sintática: O xararativo xarará do xereréu xararou o xiriri do xororó xararativamente. Num primeiro momento, pensamos “Pronto, enlouqueci de vez!”, mas depois percebemos certas coisas para as quais, até então, não tínhamos dado conta.

Ora, como saber a que classe gramatical pertencia e que função exercia a palavra “xarará” se ela não existe no léxico da língua portuguesa? Mesmo sem ter estudado estrutura e formação das palavras, fomos capazes de responder a questões como estas: “xararativo” é adjetivo; “xararou” é verbo; “xararativamente” é advérbio; “xarará”, “xereréu”, “xiriri” e “xororó” são substantivos. Éramos gênios da morfossintaxe! Tudo bem... nem tanto... eu sei. O importante é que, mesmo sem conhecimentos morfológicos mais específicos, conseguimos fazer a análise, principalmente por sermos falantes nativos da língua portuguesa. Fomos capazes de supor que do verbo “xararar” poderia surgir o adjetivo “xararativo”, que daria origem ao advérbio “xararativamente”, por exemplo.

Afinal, como isso acontece? Agradeça aos morfemas de nossa língua! Naquela frase, voltamos nossa atenção para os sufixos, que têm a capacidade de modificar o significado do radical a que são acrescidos. Uma de suas principais características é mudar a classe gramatical das palavras, pois também podemos dizer que eles contêm uma significação externa. O sufixo -(t)ivo transforma um verbo em adjetivo; -mente, um adjetivo em advérbio de modo. Além disso, a posição que as palavras ocupam na oração também pode ser um indicativo de sua classe gramatical. Dissemos que “xarará” é substantivo, pois funciona como sujeito da oração. Do contrário, poderia ser também um verbo conjugado no futuro do presente do indicativo, com desinência modo-temporal -ra tônica e vogal temática -a. Concluímos, então, que são os morfemas os principais culpados pela formação de novas palavras, mantendo e renovando o léxico de nossa língua.

E assim seguimos a nossa caminhada. Mais experientes? Xararativamente! Mas sempre esperando novas surpresas xararativas. Afinal, se não fosse assim, que graça teria?

DESABAFANDO SOBRE O CASO DA EPONÍMIA (por Felipe Araujo Gomes)

No começo de 2009, uma polêmica foi criada em torno do uso de gírias gays por uma das personagens do cartunista Maurício de Souza, na quarta edição em quadrinhos de “Turma da Mônica Jovem”. As expressões “tô passada!”, “a louca!”, “abafa o caso!”, “se joga!”, “dar o truque”, “uó” foram ditas por Denise – jovem descolada, influenciada pela cultura clubber, antenada com o mundo atual – e provocaram a desaprovação de alguns leitores e de parte da crítica.

Conquanto a adoção de características ou temáticas do universo gay acarrete discussões passionais no âmbito da literatura infantil, em outros seguimentos da arte e da mídia, a cultura LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) conquistou espaço e força ao longo das últimas décadas. O escritor, jornalista e dramaturgo Caio Fernando Abreu (1948-1996) imprimiu na juventude de toda uma época corajosas concepções sobre a sociedade de seu tempo, utilizando em seus textos uma linguagem ousada e original, impregnada de neologismos e gírias, para falar abertamente sobre homossexualidade, sexo livre, drogas, solidão. Ainda hoje as expressões criadas por Caio são correntes e conhecidas por seus leitores dos mais variados tipos. Entre as mais reproduzidas estão “lasanha”, para designar rapaz muito bonito, e “jacira”, para se referir a homossexual escrachado, de baixo nível social.

Como “jacira”, algumas gírias se formam a partir da conversão de substantivos próprios em substantivos comuns. “débora kerr” e “betty faria” são exemplos desse processo. Talvez o mais disseminado de todos seja a expressão “elza”, significando furto. Segundo o jornalista Victor Ângelo, autor de Aurélia – A Dicionária da Língua Afiada, dicionário que traz 1.300 verbetes usados pelo universo gay, a expressão “dar a elza” teria origem num antigo boato corrido entre travestis cariocas afirmando ser a cantora Elza Soares uma cleptomaníaca “glamourosa” (num estilo Winona Ryder)! Esse processo de “coisificação” através do qual nomes de pessoas passam a ser tomados como substantivos comuns, que denominam significações sem palavras próprias que as expressem ou às quais se deseja atribuir novos significantes, trata-se de um neologismo semântico e é conhecido como eponímia. Cabe ressaltar que os epônimos não são exclusividade do vocabulário LGBT. O substantivo “gari”, por exemplo, é uma homenagem ao francês Aleixo Gary, empresário que se destacou na história da limpeza da cidade do Rio de Janeiro, no século XIX, bem antes dos “babados” de nossa época.

Entretanto, antes de provocarem polêmicas ou caírem no gosto popular, as gírias gays praticadas pela personagem Denise existem há mais tempo do que se imagina (ainda que ninguém desconfiasse disso na década de 1990) e, hoje, além de enriquecerem com muito humor nossa forma de nos comunicarmos, são interessantes exemplos para o estudo dos processos de formação de palavras.

GERUNDIANDO (por Jacqueline dos Santos Fernandes)

“Vou estar enviando”, “Vou estar retornando”, “Vamos estar registrando”. Provavelmente, você já ouviu essas pérolas de algum operador de telemarketing.

Se algum deles lhe falar que vai estar providenciando o seu pedido, esqueça! Ou espere deitado. Hoje em dia, ninguém envia mais nada, vão sempre estar enviando. Ninguém retorna sua ligação, vão sempre estar retornando. Ninguém registra nada, vão sempre estar registrando.

Gerundismo é o nome dado ao uso indiscriminado do gerúndio para indicar uma ação momentânea. Por conta disso, há quem queira abolir da língua portuguesa o gerúndio, como aconteceu com o governador do Distrito Federal, que “demitiu” o gerúndio de todos os órgãos do seu Estado. Enquanto isso, escolas sem infraestrutura, sem alimentação para as crianças são só pequenos detalhes da realidade de sua cidade – temas certamente menos importantes do que sua cruzada contra o gerundismo.

Relembrando: gerúndio é a forma nominal do verbo terminada em “ndo” que indica continuidade da ação: cantando, beijando, abraçando, escrevendo, gerundiando.

Dizem que o gerundismo na nossa língua foi importado da língua inglesa. Teria surgido de traduções mal feitas de frases como “We will be sending”, que acabou virando “Nós vamos estar enviando”. O gerundismo, dessa forma, não passaria de um mero modismo para inglês ver. Contudo, o Ministério da Saúde adverte: “A diferença entre remédio e veneno é a dose”. E o mal da superdosagem não é culpa da dose, porém de quem faz mau uso dela e exagera.

“Caminhando e cantando”, o gerúndio continua vivo, resiste! É enorme a lista dos seus usos aceitáveis: concessivo, explicativo, modal, causal, temporal, condicional. Como cantou Gilberto Gil, o bom gerúndio, como o Rio de Janeiro, “continua lindo, continua sendo...”.

Fonte: Instituto de Letras, UERJ, 2009.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Dica de Ortografia (03)


ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Eis a tabela de acentos pelo que diz o Vocabulário Ortográfico da Academia Brasileira de Letras.
É a mesma que acompanha a quinta edição do livro "A Nova Ortografia". Se o seu livro é anterior, basta substituir esta tabela.

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Dica de Ortografia (02)


EMPREGO DO HÍFEN (II)

Eis a tabela de emprego do hífen em palavras começadas por ANTEPOSITIVOS (também chamados prefixoides ou pseudoprefixos). Está atualizada pelo que diz o Vocabulário Ortográfico da Academia Brasileira de Letras.
É a mesma que acompanha a quinta edição do livro "A Nova Ortografia". Se o seu livro é anterior, basta substituir esta tabela.

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Dica de Ortografia (01)


EMPREGO DO HÍFEN (I)

Eis a tabela de emprego do hífen em palavras começadas por PREFIXO. Está atualizada pelo que diz o Vocabulário Oortográfico da Academia Brasileira de Letras.
É a mesma que acompanha a quinta edição do livro "A Nova Ortografia". Se o seu livro é anterior, basta substituir esta tabela.

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